Descripción:
Focalizamos neste trabalho o sentido de ser jovem assembleiano/a, destacando o modo
como moças e rapazes adeptos da Assembléia de Deus, em Recife/PE, representam e
vivenciam sua vida afetiva e sexual. O mesmo tem por base entrevistas com jovens e
adultos/as afiliados/as e ex-afiliados/as desta denominação, observação de situações,
contextos formais e informais em que estavam presentes ou em foco jovens com tal
perfil. Fazer parte de uma denominação como a AD revela à assunção de uma distinção,
marcando especificidades para o/a jovem em particular. Implica menos numa renúncia
que numa escolha que se atrela à incorporação e disposição de capitais sociais,
culturais e simbólicos relacionados, em grande medida à aquisição de conhecimentos
e habilidades, vivência de vínculos e formação de redes; que adquirem contornos
particulares em função de nuances relativos à níveis de escolaridade e renda, localização
de centro e periferia, gênero e origem ou criação (ou não) em família evangélica. A
sexualidade mostra-se central ao ethos da AD, enfatizando-se certo tipo de moral
rigorista, associado principalmente ao controle das mulheres; que mais que outros
preceitos, diferenciaria o/a jovem assembleiano/a dos/as demais. Um/uma jovem
separado/a no mundo se aproxima de modo mais acurado do que revela a análise,
considerando que os/as jovens, em suas diferenças e recortes internos, estão envolvidos
crescentemente com valores e injunções individualistas que se tornam hegemônicos
nos dias atuais. Não estando livres, notadamente, nos contextos populares, da
associação a uma lógica relacional/holista . As noções de uma combinação complexa
entre dimensões da cultura tradicional e das ideologias modernizantes nos pareceu
adequada à compreensão das múltiplas facetas que envolvem o objeto em análise