Descripción:
No Brasil, por motivos de ordem geopolítica derivados da História Colonial do país, a
região Nordeste corresponde a uma zona de exclusão. Devido a esse fato a identidade
nordestina é percebida como sendo uma representação negativa da nacionalidade. O objetivo
desta pesquisa é o de estudar, nos moldes do interpretativismo de Clifford Geertz e das teorias
da pós-modernidade desenvolvidas por Michel Maffesoli e por Boaventura Souza Santos o
significado presente do ato de ser nordestino para as classes desfavorecidas do Estado de
Pernambuco. E, assim acrescentar subsídios a discussão que ora opõe, no processo de
construção de democracia brasileira, as identidades periféricas do Nordeste às identidades
centrais do Sul e do Sudeste do país.
A recente viragem pós-moderna na Antropologia tem sido associada a expiação da
culpa colonial e, a vista disso, a presente pesquisa tenta mostrar como e porquê o passado
colonial ainda atua na vida cotidiana das classes subalternas em espaços rurais e urbanos
periféricos onde pessoas vivem hoje quase do mesmo modo como viviam a um século atrás
porém, por outro lado, onde as pessoas também começaram novos processos de construção de
identidade que agora estabelecem conexões reais, entre o global e o local, o tradicional e o
moderno (pós-moderno) e, portanto, gradualmente, estabelecem os novos papéis sociais das
classes subalternas em Pernambuco os quais estão, principalmente, baseados na violência e na
exclusão