Este trabalho objetiva compreender como as mulheres interrompem as situações da
violência doméstica, numa perspectiva das relações de gênero, desvendando os
caminhos percorridos, a continuidade de suas histórias e resignificados que atribuem as
suas vidas. Por meio de entrevistas, com mulheres que interromperam ou tentaram
romper este tipo de situação, procurou-se reconstruir a rota que elas trilharam na
tentativa de efetivar essa reestruturação. Também buscou identificar as estratégias e os
fatores decisivos no rompimento da violência. Os resultados encontrados destacam a
importância de apoios de uma rede de relações pessoais e institucionais, considerada
essencial, para que a ruptura e a reconstrução das suas vidas tenham início. A família
aparece como indispensável, entretanto, as instituições precisam dar todo suporte
jurídico e psicológico para que esse processo de ruptura se concretize. É na busca por
esses apoios institucionais que os pontos falhos nas políticas de enfrentamento à
violência contra a mulher, surgem. Os resultados da pesquisa apontam para a
complexidade e da multiplicidade de estratégias criadas pelas mulheres para romper e
reconstruir suas vidas pós-violência . Com essa pesquisa, espera-se contribuir com as
discussões sobre as políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher,
tendo em vista seu redimensionamento na perspectiva do fortalecimento das estratégias
que as mulheres utilizam e/ou precisam utilizar neste processo
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior