Este trabalho tem por objetivo investigar como casais de camadas médias urbanas pensam e vivem os papeis sexuais no casamento. Para tal foram estudados casais onde tanto o homem como a mulher são de nível de instrução superior, trabalham como profissionais condizentes com seu nível de instrução e tem pelo menos um filho com ate cinco anos. O método empregado foi o da pesquisa qualitativa. Neste sentido utilizou-se a entrevista semi-estruturada e em seguida procedeu-se a analise do discurso. Os relatos obtidos versaram sobre a socialização recebida na família de origem, a relação dos sujeitos com a profissão e o trabalho e, finalmente, a atuação e a visão que tem do casamento e dos filhos, buscando sempre apreender em qual medida os valores modernos condicionam sua visão de mundo. Por valores modernos, entende-se aqui os valores de igualdade e liberdade, definidos como componentes básicos do individualismo. As transformações ocorridas foram percebidas não só entre as mulheres, já que estas têm que conjugar suas funções de mãe, esposa e profissional como também entre os homens. De fato, o discurso masculino começa a mostrar uma preocupação por parte deste grupo em ocupar mais efetivamente o mundo da casa, podendo-se afirmar que não só as mulheres, mas também os homens, preocupam-se com a igualdade entre os sexos.