Esta pesquisa foi desenvolvida no âmbito do eixo temático cidade-espaço-imagem-poder.
Nela, buscou-se dar a ver em primeiro plano, a cidade como uma importante e complexa
experiência de (des)humanidade (e a condição do humano nela implicado); e em segundo
plano, as circunstâncias do processo de produção desta pesquisa. Deste modo, tal pesquisa
pretende ser uma contribuição antropológica importante na crítica da cidade e da
antropologia. Ela tomou como referencial empírico a emergência de hortas e
agricultores nos interstícios do Contorno do Recife na órbita da CEASA, onde foi
identificado um processo de reapropriação/reinvenção do espaço pelo/para o uso do
trabalho, para o qual concorriam as astúcias . A história de vida e a observação direta
foram adotadas como recurso metodológico para apreender este movimento , seus
atravessamentos , e as tensões deles decorrentes; oferecendo subsídios que permitiram
visualizar a sociodinâmica da estigmatização, e desenvolver idéias genéricas , como
princípios geradores de conhecimento e compreensão, dentre os quais se destacou a
situação de palafitas . Tudo isto foi posto a serviço de um hercúleo exercício de
problematização, contextualização, diálogo, vigilância, criatividade e, principalmente,
sinceridade, aproximando a situação pesquisada da situação de pesquisa através de um
sistema de referência sincro-diacrônico: o antes , a chegada , o durante e o depois .
Trata-se, sobretudo, de uma aposta no belo pleonasmo que nos fala de uma Antropologia
Geral, empenhada em refazer o todo
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior