Partindo da etnografia de dois grupos religiosos de leigos (Associação Nossa Senhora
Auxiliadora e Associação São João Bosco), investigo como os aspectos sociais e simbólicos
são produzidos entre membros, líderes e instituições religiosas oficiais; e como esses aspectos
se relacionam com a cidade de Juazeiro do Norte/CE, um dos mais importantes centros
religiosos de peregrinação no Brasil. Preocupo-me em saber como uma prática religiosa se
torna, ela mesma, parte enraizada de um lugar, levando em conta a existência de
deslocamentos de sentidos e significação (CAMPOS, 2008). Esses deslocamentos são
identificados enquanto elementos romanizados, presentes na trajetória do fundador da cidade,
Padre Cícero Romão Batista, e na Congregação Italiana dos Padres Salesianos, encarregada
das associações em questão. No ano de 1956, esses dois grupos, construíram um jazigo
coletivo no principal cemitério da cidade. Essa situação social revela, não só um valor
econômico, mas o fortalecimento de um elo estabelecido entre associados e um Juazeiro
sagrado, erguido sob uma ótica cosmológica
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior