Descripción:
As fronteiras não são limites naturais, elas são representações simbólicas. À medida
que os homens começam a se relacionar as fronteiras começam a definir suas
formas e o espaço e o tempo tornam-se elementos primordiais na definição dessas
formas. No novo mundo as fronteiras geopolíticas sobrepostas às fronteiras étnicas
deram as bases para o desenho atual das Américas. A fronteira entre Brasil e
República Cooperativista da Guiana foi desenhada e redesenhada a partir das
relações estabelecidas entre indígenas e europeus no processo de conquistas e
colonizações. O comércio, no início, era visto como elemento mediador entre
indígenas e colonizador. Por meio do comércio o colonizador pode explorar as
regiões inóspitas. Porém a relação entre indígenas e colonizador tornou-se frágil e
conflituosa. O colonizador, considerando apenas os seus interesses, subjugou os
nativos. Contudo, os nativos não foram passivos nessa história. Além de mercadoria
(escravos) foram mercadores, negociantes e milícia. No final, serviram como peça
fundamental na determinação dos marcos limítrofe entre o Brasil e a Inglaterra. Hoje
essas fronteiras são permeadas por outras relações, coisas e objetos; temos a
questão étnica negociada permanentemente com a nacional; temos a cidade de
Lethem (GUY), que abriga um comércio de produtos importados advindos da China
e a cidade de Bonfim (BRA), que oferece a mão de obra necessária para esse
comércio, e temos o fluxo diário de pessoas que dá a essa fronteira o sentido de
espaço social transfronteiriço.