O trabalho aborda a situação do maracatu-nação após o seu boom na década de 1990.
As dinâmicas da linguagem musical são observadas no contexto histórico do
desenvolvimento das comunidades maracatuzeiras afro-descendentes, sobretudo na zona
norte do Recife, desde o momento de violenta repressão, durante o Estado Novo, até a
transformação da tradição em objeto de fetiche e canibalização pela classe média branca.
Assim, diferenças e articulações entre o fazer musical dos diversos grupos, diversamente
situados nesse sistema do maracatu , são analisados por meio da etnografia e de temas
importantes da Etnomusicologia. Um modelo de oposição e continuum entre
monologia e dialogia é montado para evidenciar duas concepções complementares e
em tensão na performance e na representação da música. Atenção especial é dada a uma
nação, o Encanto da Alegria, em que batuqueiros mais velhos tocaram com jovens
recentes ao baque virado. Outras nações articuladas na análise e descrição do contexto
histórico são: Almirante do Forte, Axé da Lua, Cambinda Africana, Cambinda Estrela,
Elefante, Estrela Brilhante, Gato Preto, Indiano, Leão Coroado e Porto Rico
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior