O trabalho tentou compreender as relações de gênero nos grupos de maracatu-nação do
Recife e Região Metropolitana. Desdobrou-se para as noções de corporeidade,
sinalizando para constituições de subjetividades de homens e mulheres. Baseia-se em
trabalho de campo iniciado em outubro de 2009 até fevereiro de 2010, incluindo
observação de ensaios e desfiles carnavalescos, entrevistas, documentos das instituições
estaduais de cultura e a produção dos folcloristas. Os grupos de maracatu usam as fontes
históricas para compor uma compreensão e avaliação da sua tradição. É um cortejo
realizado com musica e dança, estruturado em corte e batuque, para celebrar a coroação
do casal real e as divindades afro-brasileiras e/ou os antepassados negros. A corte
simboliza o poder do sagrado, classificada como feminina, o batuque é masculino,
encarnando um poder temporal, divisão que aparenta uma neutralidade de gênero com
distribuição relativamente equitativa de poder. Entretanto, no nível das práticas, geramse
disputas entre mestres (símbolo do batuque) e rainhas (símbolos da corte), consoante
ocupem a posição de presidente dos grupos. Os instrumentos são classificados por
gênero e demandam performances corporais adequadas, independente se quem executa
é homem ou mulher, rebatendo na constituição de subjetividades de homens e mulheres.
A inclusão de homens travestidos reforça estes aspectos dentro do maracatu
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior