Descripción:
Neste artigo é analisada uma possível sociologia da ciência elaborada por Florestan Fernandes. Florestan destaca o papel crítico e historicamente comprometido da ciência, cujo protagonismo cabe ao sociólogo em sua condição de intelectual, de sujeito histórico e de político. O papel do intelectual é fundamental para a reflexão da mudança social no país, no qual a ciência deverá apresentar forte identificação social. A ciência apresenta-se como via para a mudança social, sendo a ruptura com o estabelecido o elemento central do pensamento científico crítico, uma ciência de caráter emancipatória. Os papéis sociais identificados por Fernandes prestam-se à defesa do cientista frente às falsificações e o ataque à ordem social decadente, que entorpece o raciocínio científico, esterilizando-o e paralisando-o. A ênfase científica parece então mover-se para os dilemas do desenvolvimento da instituição científica em um país de modernidade periférica, sobretudo centrada na contradição surgida da introdução de um tipo específico de racionalidade em uma ordem social patrimonialista.Palavras-chave: Florestan Fernandes; Sociologia da ciência; Mudança social; Intelectuais; Protagonismo Político.