Descripción:
O objetivo deste artigo é fazer alguma reflexão crítica sobre as violências que permeiam a trajetória da população negra no Brasil, desde o tráfico humano transatlântico até os dias atuais, tendo como principal enfoque a discriminação religiosa embutida no racismo à brasileira, que impacta as religiões de matriz africana, em diferentes contextos, tornando-as alvo de perseguições e campanhas de destruição. Surpreendentemente, essas religiões resistiram, sobreviveram e se tornaram religiões brasileiras aceitas e frequentadas por cidadãs e cidadãos brasileiros de todas as cores. A questão que se coloca é saber como conseguiram resistir, sobreviver para se tornarem um dos patrimônios culturais brasileiro, cubano, haitiano, colombiano, venezuelano, entre outros. Onde estaria escondido o segredo dessa resistência, que surpreende o mundo diante de tanta força opressiva e destruidora pela qual passaram os africanos escravizados e seus descendentes de hoje? Tudo deixa crer que, apesar da violência da qual foram vítimas, eles não abriram mão da defesa de sua dignidade humana, de sua liberdade e identidade.