O presente artigo tem como objetivo tensionar o debate a respeito das formas de articulação e mobilização política da juventude na capital baiana. Na última década, emergiram na cena cultural da cidade de Salvador inúmeros saraus de poesia, que se espalharam pela cidade, e em sua maioria organizados por jovens negros e negras, os quais enxergaram no sarau uma forma de mobilização e auto-organização política baseada na autogestão, na autonomia, na ajuda mútua e na horizontalidade. Nesse contexto, o sarau assume um papel interessante para a construção de redes de sociabilidade dos jovens na cidade: é o lugar de encontro, de aprender, de fazer, de debater e de construir política. O sarau é o nó da rede das tramas de relações que são tecidas na cena política e cultural soteropolitana; é o lugar onde os jovens estão vivenciando, experienciando e construindo um modo de ser jovem negro/negra na cidade de Salvador.