O presente artigo tem como objetivo analisar a articulação entre a política educacional e os efeitos nas relações e condições de trabalho dos professores das escolas públicas no estado de São Paulo. Considerou-se nas pesquisas que embasam este artigo que a nova gestão pública implementada nos anos 1990 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e, paralelamente, no governo paulista, incorporou ao setor público a lógica empresarial, primando, no cerne da reestruturação produtiva, por instaurar a flexibilização nas relações de trabalho com vistas a adotar um modelo mais competitivo e eficiente - segundo essa concepção. Os resultados aqui apresentados originam-se de três pesquisas: uma, de caráter quantitativo, cujos resultados são advindos da aplicação de 607 questionários nas escolas municipais e estaduais do município de Guarulhos; e, outras duas, qualitativas, realizadas em vários municípios. Constatou-se a existência da precariedade nas relações do trabalho em ambas as redes, contudo, na estadual os números são significativamente mais expressivos; de modo concomitante, observou-se alguns fatores que contribuem para a configuração da penosidade no trabalho, que se inicia por manifestações físicas e psicológicas, agravadas pela fadiga e esgotamentos físico e ou mental.