Com o 25 de Abril e revolução popular que se lhe segue, nos campos do Sul de Portugal cria-se um poderoso movimento social de assalariados rurais que das reivindicações por melhores condições de trabalho, aumentos salariais e garantia de emprego, em 1974,  rapidamente passa, no início de 1975, a exigir a expropriação da grande propriedade e a realização da reforma agrária. É este movimento social, liderado pelos sindicatos agrícolas, que, ao confrontar-se com os grandes proprietários na luta pela garantia de emprego, vai obrigar o Estado, que em matéria de política agrária aposta no aumento da produção agrícola na reconversão capitalista dos campos, a intervir pontualmente nas explorações agrícolas em estado de subaproveitamento. Intervenção que não merece a oposição declarada do elemento capitalista da agricultura do Sul, que vê nesta acção reformista um meio capaz de estreitar o espaço por onde pudesse surgir uma reforma agrária anticapitalista como veio a acontecer no pós 11 de Março de 1975.