Descripción:
O presente artigo pretende problematizar as novas configurações das políticas de saúde mental no Brasil contemporâneo. O saber médico psiquiátrico se constituiu através da criação e disseminação dos hospitais psiquiátricos como espaços privilegiados de controle e exclusão de doentes mentais. No Brasil, após a reforma psiquiátrica dos anos 1980, novas estratégias centradas no modelo ambulatorial e assistencial de atendimento foram estabelecidas como políticas públicas de saúde mental. No entanto, é possível observar a permanência e mesmo a retomada das práticas asilares. Na configuração atual, o internamento e o tratamento ambulatorial convivem com uma ampla prática de medicalização das “pessoas portadoras de transtornos mentais”. Dois mecanismos têm acionado estas estratégias: o surto psiquiátrico e os usuários de crack.