On the 11th December 1964, the musical Opinião directed by Augusto Boal premiered at the ‘Teatro Arena’ in Rio de Janeiro. The show was considered a protest against the socioeconomic situation in Brazil and became a reference to what would be known as protest music against the regime, which established itself in Brazil in March that same year. In this text, we will attempt to analyse how this show substantiated the various social and political demands at the time, and how it became an aesthetic and political paradigm. At the same time, we will compare the original production with a re-interpretation of the spectacle in 2014, organized by the Moreira Salles Institute, with the participation of the group Casuarina and the singer Joyce. The aim is to understand how, fifty years after the coup d’etat and the show Opinião, Brazilian music and art not only reflect that historical moment, but also its role in the contemporary socio-political context.
A 11 de dezembro de 1964 estreava o espetáculo musical Opinião, no Teatro Arena no Rio de Janeiro, dirigido por Augusto Boal. O show foi considerado um manifesto de protesto contra as condições socioeconômicas do Brasil e se tornou referência ao que se passou a chamar música de protesto contra o regime instaurado em março daquele mesmo ano no Brasil. Neste texto buscamos analisar como este show substanciou as diversas demandas sociais e políticas do Brasil naquele momento e se torna um paradigma estético e político. Ao mesmo tempo, comparamos aquela produção histórica com a reinterpretação do espetáculo em 2014, promovida pelo Instituto Moreira Salles, com a participação do grupo Causarina e da cantora Joyce. O objetivo é buscar entender como, passados 50 anos do golpe de estado e do show Opinião, a música e a arte brasileira refletem não apenas aquele momento histórico, mas também seu papel no contexto sócio-político contemporâneo.