This article analyzes the novels Passageiro do fim do dia (2010), by Brazilian writer Rubens Figueiredo, and Mano de obra (2002), by Chilean writer Diamela Eltit in their use of textual strategies that relinquish the objective portrayal of gruesome violence as a marker of the inequalities that characterize the social contexts of these narratives. Through the fragmentation of the social, psychological, and physical dimensions of the characters, Figueiredo and Eltit expose forms of oppression framed in a mode of accumulation of capital and exploitation of labor. Using dialectical structures of inclusion and exclusion, the emphasis on the physicality of the body emerges as a palpable reference of social inferiorization and segregation of the characters.
Este artigo analisa as novelas Passageiro do fim do dia (2010), do brasileiro Rubens Figueiredo, e Mano de obra (2002), da chilena Diamela Eltit em seu uso de estratégias textuais que abdicam da representação da violência concreta como retrato das desigualdades sociais que servem de contexto a tais narrativas. Mediante a fragmentação das dimensões social, psicológica e física dos personagens, e em especial desta última, Figueiredo e Eltit dão visibilidade a formas de opressão enquadradas em um regime de acumulação de capital e de exploração do trabalho assalariado. Desde dialéticas de inclusão e exclusão, a ênfase na corporalidade desponta como referente somático que remete à inferiorização e à segregação social dos personagens.