O Complexo do Nordeste de Amaralina é formado pelos bairros do Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Chapada do Rio Vermelho e Vale das Pedrinhas. Ambos os bairros ficam circundados pelos bairros do Itaigara, Horto Floresta, Pituba e Rio Vermelho. Trata-se de bairros populares, pobres, cercados pelas maiores rendas per capita da Capital do Estado da Bahia, ou seja, bairros nobres. A presente dissertação discute a política pública das bases comunitárias de segurança (BCS) no bairro do Nordeste de Amaralina nos anos de 2012 a 2017. Criadas em 2011 com o intuito de pacificar as comunidades com altos índices de violência, as BCS são baseadas no sistema de policiamento comunitário criado no Japão, há mais de 100 anos e que consiste em aproximar a polícia do cidadão, em convivência harmoniosa, através de uma parceria que resulta no combate ao crime. Na Bahia o sistema de policiamento comunitário foi mesclado com programas sociais, dado as dificuldades de relacionamento das comunidades com a polícia militar e sobretudo pelas lacunas sociais existentes, por falta de atuação do poder público. Realizou-se pesquisas nas escolas do bairro, alunos foram entrevistados, resguardadas suas identidades, tendo como objetivo entender como os jovens localidade percepcionam o papel das BCS. Foram ainda realizadas entrevistas com comandantes das Bases Comunitárias e responsáveis pelo departamento de polícia comunitária do Estado da Bahia, buscando fazer uma breve comparação entre o sistema original e o que fora implantado aqui na Bahia e também apurando o posicionamento, conhecimento e forma de atuação da polícia militar. Trazemos ainda a relação entre a polícia comunitária e a comunidade, tendo ponto crucial entender como o policiamento comunitário quem vem sendo utilizado no Nordeste de Amaralina, com base na percepção dos usuários e considerando os pontos exitosos e os conflitantes entre o sistema original e o modelo utilizado nessas comunidades. A análise dos dados mostra como a juventude da localidade percebe a experiência e o papel das bases comunitárias e da própria polícia militar.