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https://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/167086
Título : | "A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará) |
Autor : | GARRABÉ, Laure Marie-Louise Clémence http://lattes.cnpq.br/4348590137271886 http://lattes.cnpq.br/5974645781230294 |
Palabras clave : | Antropologia;Museus e coleções arqueológicas;Produção do conhecimento;Inclusão social;Autodidatismo |
Editorial : | Universidade Federal de Pernambuco UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Antropologia |
Descripción : | Esta pesquisa de dissertação foi desenvolvida a partir de uma análise etnográfica da relação de poder entre a produção de conhecimento autodidata do ex-pescador, hoje colecionador e pesquisador, Sr. Josué Crispim, e o conhecimento acadêmico. O trabalho de campo situou-se na comunidade praiana de Ponta Grossa, localizada no município de Icapuí, litoral leste do Estado do Ceará. O Sr. Josué, natural de Ponta Grossa, montou seu acervo arqueológico por mais de três décadas, a partir de doações, compras e, principalmente, por meio de coletas espontâneas, consideradas inadequadas, de acordo com as normas e procedimentos da arqueologia. Pois, segundo ele próprio, por falta de providências dos órgãos de proteção do patrimônio arqueológico, essa foi sua única alternativa encontrada para salvaguardá-lo, visto que muitos sítios arqueológicos em Ponta Grossa são localizados em áreas de trilhas de buggy, sujeitos a constante destruição. Por conta de suas iniciativas, foi impedido, em 1998, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ceará (IPHAN/CE), de continuar as coletas arqueológicas. Em 2013, com abertura de uma licitação financiada pelo IPHAN/CE para o tratamento desse acervo, o referido Sr. Josué Crispim perdeu, oficialmente, a sua tutela. Esses episódios narram a luta travada há décadas por esse autodidata, em busca de reconhecimento e do direito de continuar a executar o trabalho que, até hoje, só ele concretizou, mas que, por não ter uma formação convencional na arqueologia, é legalmente impossibilitado de fazê-lo. Dito isto, o objetivo deste estudo é analisar esta relação de poder a partir das concepções metodológicas de diferentes atores (detentores de conhecimentos acadêmicos e não-acadêmicos), que impedem tanto o reconhecimento das iniciativas autodidatas do Sr. Josué quanto a sua prática, por considerá-las desordenadas (sem metodologia) e incapazes de produzir conhecimento. E, para isso, demostrou-se como a produção de conhecimento na academia pode ser opressora caso não leve em consideração outras formas de conhecimento e suas responsabilidades sociais. O conhecimento deixa de ser libertador quando pretende normatizar os modos de produção, não considerando as preocupações sociais como também determinantes para o "desenvolvimento" e o "progresso" do campo científico. CAPES This research results from an ethnographic analysis of power relations between academic knowledge and autodidact knowledge, as evolved by a former fisherman who is now a collector and a researcher, Josué Crispim. The fieldwork sits in the seaside community of Ponta Grossa, located in Icapui, on the east litoral of Ceará state. Sir Josué, born in Ponta Grossa, built his collection for more than three decades, from donations, purchases and mainly from spontaneous collects, considered inadequate according to archaeology‘s norms and procedures. But according to him, because of the lack of provides from the archaeological heritage protection policies, his collects were the only alternative to save it, since a lot of sites in Ponta Grossa are located on buggy trails, prone to constant destruction. Because of that kind of initiatives, in 1998, the National Institute for Artistic and Historical Heritage of Ceará (IPHAN/CE), prohibited him to proceed his archaeological collects. In 2013, Josué Crispim lost officially their tutelage, with the opening of a bidding financed by the IPHAN/CE for the care of that collection. These are episodes relating to this self-taught‘s long struggle for recognition and the rights to maintain the fulfilment of a work which, until today, he is the only one having realized. But for not having any conventional formation in archaeology, he is legally forbidden to do so. Thereupon, the objective of this study is to analyse this power relations among methodological conceptions sustained by different social actors (with their academic or non-academic knowledge), that prevent both recognition and practice of Josué‘s selftaught initiatives, for being considered disorganized, lacking methodology, and consequently, unable to produce any "scientific" knowledge. This study aims to demonstrate how the academic knowledge can lead to its own impoverishment when it does lot consider other forms of knowledge (i.e., non academic ones) or its own social responsibilities. |
URI : | http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/167086 |
Otros identificadores : | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32651 |
Aparece en las colecciones: | Programa de Pós Graduação em Antropologia - PPGA/UFPE - Cosecha |
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