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Título : Palmares e o comunitarismo negro no Brasil
Editorial : Fundação Joaquim Nabuco
Descripción : RESUMO Os quilombos dos Palmares significaram essencialmente revolução bem sucedida duran¬te todo o século XVII, contra o capitalismo escravista do Brasil colonial. Em termos de história econômica geral, o capitalismo colonial brasileiro era de caráter decididamente imaturo. O aventureirismo é uma das características não capitalistas que se destacam na em¬presa colonial bem como o cantar ‘teocêntrico da nossa formação. Os próprios quilombos prestam-se para demonstrar a interpenetração de raça e religião no Brasil colonial. Os Palma¬res representaram revolução social e econômica, nunca propriamente racial ou teológica; limitavam a expansão da cultura do açúcar ao mesmo tempo que subvertiam a organização social alicerçada no latifúndio escravista. O movimento dos quilombos dos Palmares durou cem anos. A primeira expedição contra eles parte em 1602. As guerras holandesas (1630-1654) desorganizaram a sociedade luso-brasileira. O controle dos escravos cai e a questão dos quilombos preocupa os holandeses. Restaurado Pernambuco, os Palmares surgem como prioridade da sociedade colonial. Essencialmente porém, Palmares significou revolução con¬tra o capitalismo da sociedade colonial. Durante cerca da um século, os quilombos se mantêm como alternativa prática à grande propriedade, restaurando o modo eminentemente hu¬mano da produção da comunidade, pela comunidade, para a comunidade, baseado na pro¬priedade coletiva e no trabalho cooperativo, do qual algumas modalidades sob o nome de mutirão, subsistiriam até os nossos dias. Os quilombos – mesmo sem projeto consciente da reorganização da sociedade brasileira – não poderiam reverter o sistema da grande propriedade. Se os ex-escravos tivessem se transformado em proprietários, os quilombos, pouco a pouco, teriam se integrado ao regime do latifúndio. O certo é que na prática reverteram ao sistema comunitário. A presença do negro no Brasil, sempre que seus valores não foram su¬focados pelo privativismo da nossa vida econômica e social, tem significado retorno à inte¬gridade do modo ao mesmo tempo mais humano e mais primitivo da vida social. ABSTRACT Palmares and the Negro Communitarianism in Brazil. v. 8, n. 2, p. 215-229, jul./dez. 1980. The “quilombos” (the shelters of the negroes who ran away) of Palmares essentially represented a successful revolution during almost the seventeenth century against the slavish capitalism of the colonial Brazil. In terms of general economic history, the Brazilian colonial capitalism had a character decidedly immature one. The adventurism is one of the non capitalist characteristics that is detached in the colonial enterprise as well as the “theocentric” character of our formation. The “quilombos” themselves exemplify the interpenetration of race and religion in colonial Brazil. The Palmares represented the economic and social revolution, which were never properly racial or theological one; they limited the expansion of the sugarcane agriculture at the same time that they subverted the social organization based on slavish latifundium. The movement of the ‘quilombos” of Palmares lasted one hundred years. The first expedition against them, leaves in 1602. The Deutch wars (1630-1654) disorganized the Luso-Brazilian society. The slaves control is left aside and the “quilombos” problem worries the Deutch people. Palmares appear as priority of the colonial society when Pernambuco gets rid of the Deutch domain. But Palmares was essentiality a revolution against the capitalism of the colonial society. During one century the “quilombos” keep themselves as a practical alternative to the great property, restoring the way eminently human of the production of community, by community, for community, based on collective property and cooperative work, from which some modalities under the name of “mutirão” (habitation system for people of lower social rank) would survive until nowadays. The “quilombos” – even without a conscious project of reorganization of the Brazilian society – they couldn’t come back to the system of great propriety. If the ex-slaves had become proprietors, the “quilombos” little by little would have been integrated in the regime of latifundium. The right is that in practice they came to the communitarian system. Whenever the negro values were not injured by the privatization of our economic and social life, negro’s presence in Brazil has meant the return to the integrity both the more human and more primitive way of social life. RÉSUMÉ Palmares et la vie communautaire du Noir au Brésil. v. 8, n. 2, p. 215-229, jul./dez. 1980. Les “Quilombos de Palmares” ont signifié surtout une révolution bien réussie au cours du XVII ème siècIe contre le capitalisme esclavagiste du Brésil colonial. Du point de vue de l'histoire économique génèrale, le capitalisme colonial brésilien était de caractère décidément sans maturité. Le goût de l'aventure est une des caractéristiques non-capitalistes qui se détache dans l'entreprise coloniale, ainsi que le caractère "Théocentrique" de notre formation. Les propres "quilombos" servent à démontrer l'interpénétration de la race et de la religion dans le Brésil colonial. Les "quilombos" ont représenté une révolution sociale et économique et jamais vraiment une révolution raciale ou technologique; ils freinaient l’expansion de la culture de la canne à sucre et en même temps, bouleversaient complétement l’organisation sociale fondée sur les grandes propriétés rurales esclavagistes. Le mouvement de "Palmares" a duré cent ans. La première expédition qui venait les combattre est partie en 1602. Les guerres hollandaises (1630-1654) ont troublé l'ordre de la societé luso-brésilienne. On ralentit le contrôle sur les esclaves. Le mouvement des "quilombos" inquiète les hollandais. La situation de Pernambuco rétablie, les "Palmares" apparaissent comme priorité de la société coloniale. Cependant, Palmares a signifié essentiellement une révolution contre le capitalisme de la société coloniale. Pendant près d’un siècle, les "quilombos" restent comme une option pratique contre la grande propriété récuperant la maniére humaine par excellence de la prodution de la communauté, par la communauté, pour la communauté, fondée sur la propriété collective et sur le travail coopératif dont certaines modalités existent encore aujourd’hui, sous la désignation de "Mutirão". Les "quilombos" – même sans avoir un projet conscient de réoganisation – ne pourraient pas changer le système des grandes propriétés. Si les ex-esclaves auraient été des propriétaires, peu à peu les "quilombos" se seraient intégrés dans le système de "latifundia". Il est certain que, du point de vue pratique, ils ont transformé le système communautaire. La présence des Noirs au Brésil, aura toujours la signification d'un retour vers l'intégrité de la manière de vivre plus humaine et plus primitive de la vie sociale, toutes les fois que leus valeurs ne seraient pas étouffées par le privativisme de notre vie économique et sociale.
URI : http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/161695
Otros identificadores : https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/244
Aparece en las colecciones: Diretoria de Pesquisas Sociais - DIPES/FUNDAJ - Cosecha

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